não me incomoda
ver herdeiros
trabalhando no campo do impacto positivo

o que me incomoda
é não enxergarmos
a grande maioria
dos(as) trabalhadores(as)
neste setor

pobres mortais
pessoas comuns

me incomoda perceber
que cada vez mais
esses pobres mortais
se tornam invisíveis no setor

raramente são destaques
em capas de revistas
e cases de sucesso

pior

paira certo inconsciente coletivo
de que esses
deveriam se espelhar naqueles

fundar um quase-unicórnio
pra quem tem retaguarda material
é fácil

mesmo que o quase-unicórnio
não cumpra as promessar do guardanapo

ser C-level de alguma organização de impacto
é fácil

difícil é vir da base
não ser da panela
não falar inglês
não morar na zona sul
não turistar no vale do silício
e
ainda assim
conseguir botar-se de pé
todo dia

manter de pé
seu trampo
e seus boletos

nesse rolê importa menos
se o negócio de impacto
é modelo Yunus ou não

se mede impacto
com o sisteminha da moda

ou

se tem sub-celebridades
em seu conselho

importa mais
existir

afinal
existir é resistir

mais simples e potente
no Brasil atual
impossível

#impactonaencruzilhada

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