me vejo jogando a série B do impacto

circulo pelas arenas modernas do setor
mas, ao mesmo tempo
venho jogando em campos de várzea
deste brasilzão

insistindo que há vida
fora dos grandes eixos

não me considero como
parte da ‘panela’
das mega, power, blasters
organizações de ‘impacto’

na linguagem futebolística
não jogo num ‘barça’ ou ‘city’

e sim num clube que
tenta subir da segundona

Enquanto grandes clubes
investem dezenas de milhões por ano

Nós temos um elenco enxuto
e limitações de orçamento

Por outro lado, podemos experimentar
novas jogadas
e temos dado trabalho
nos campeonatos que jogamos

É triste ver
colegas que estão em clubes pequenos
como nós

perdendo boas oportunidades de
experimentar novas jogadas por:

Baixa ousadia
Baixa atitude empreendedora

Ser da segundona
requer mais energia de nossa parte

muitas idas e vindas à SP
pra tentar ser percebido

enquanto outros reclamam
que o jogo não é na zona sul

Vida que segue
a segundona é aqui

Triste mesmo é ver
‘craques’ dos clubes de ponta
deixando pra trás
suas origens e bases
e se perdendo no gosto amargo da fama

E
jogadores da segundona
que sonham mesmo
em ter um salário de ponta
e quem sabe jogar
num grande clube da europa

lamento informar
mas a várzea seguirá contigo
que bom

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