O que os “fazedores de impacto” têm a ver com isso?
Faz-se um mega esforço retórico
para sustentar recordes de doações,
que seguem tapando o buraco
de subfinanciamento crônico
de políticas sociais?
(SUS, etc)

Que seguirão sendo subfinanciados,
vide orçamento público para 2021.

Seguimos nos afastando
ou terceirizando a dimensão política
para pseudo-heróis,
pastores,
empresários,
midiáticos
e tantas outras figuras deploráveis.

Não seria mais sustentável
re-discutirmos o papel do Estado
e seu fomento
a estas políticas?

Não seria mais sustentável
encararmos a dimensão pública
pra valer?

Não seria mais sustentável
fortalecermos as bases
de uma sociedade civil plural
e
que reconheça na esfera pública
um caminho viável para
impacto socioambiental em escala?

E o que os “fazedores de impacto” têm a ver com isso?

Seguirão vendo da janelinha
a boiada passar?

Seguirão apostando apenas no mercado?

Seguirão se incensando nas metanarrativas
do recorde de doações?

Antes de seu ser
solenemente cancelado
defenestrado
ou
achincalhado.

Recolho-me à minha insignificância.

Porém,
tranquilo
com minha própria consciência.

O que alguns chamam de propósito.

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