às vezes me sinto
num comercial de margarina
atuando
na fantástica fábrica
do impacto socioambiental
me percebo
numa cena
onde
todos forçam amizade
e
se esforçam pra parecer
‘engajados e sorridentes’
mas
por trás da cena
a realidade
é outra
tapinhas nas costas
seguidas de
puxadas de tapete
autofagia por recursos
egos inflados
panelismos
caciquismos
e
um monte de outras coisas
às marcas que conseguem
patrocinar
o comercial de margarina
tudo
aos fornecedores
que atuam no comercial
(quase) tudo
aos demais
o sonho de um dia
saborear quirelas
da margarina
seguindo sendo
invisíveis nessa narrativa
clichê
mas
real