a arte se inspira na vida
e
deveria nos inspirar sempre

nesta reta final de um ano
pra lá de surreal

sinto uma sensação estranha
devo confessar

de um lado
um baita cansaço mental
fruto de uma maratona com transição laboral

de outro
o peso de meses de tele-trabalho
tele-impacto
tele-gestão

somado
a todo pacote de incerteza no ar
(vacina, pandemia, crise, etc)

para encarar esse conjunto da obra
alguns se afogariam na bebida

mas
talvez uma reconexão
com a arte
com o futebol
e
com a natureza

poderia trazer algum alento

é por aí que tento encontrar refúgio mental
embora nem sempre logro sucesso

talvez essa seja
uma pequena síntese
deste momento atual da vida

talvez não

parêntesis para a licença poética:

‘nem sei
dessa gente toda
dessa pressa tanta
desses dias cheios’
(Cícero – Vagalumes Cegos)

 

 

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