Quem atua no campo do impacto e nunca pensou em jogar a toalha e partir para outros horizontes?

Quem atua neste campo e está distante do eixo RJ-SP e sem um crachá institucional da primeira prateleira sente na pela essa dura realidade.

 

Afinal vale a pena seguir atuando nesta agenda tomando tantas bolas nas costas e sendo frequentemente ignorado ou boicotado?

Pode parecer pesado, mas é sobre isso.

É sobre fazer tantas coisas, produzir conteúdo, conectar pessoas, participar de redes, remar remar remar em prol da capilarização regional da agenda e ser solenemente ignorado e boicotado.

É sobre seguir sendo invisível aos olhos de quem lidera esse campo/agenda. Você pode fazer uma fumaça danada, pode ter contato com tanta gente, pode ser escutado de vez em quando, mas ser invisível é o que lhe cabe.

É sobre sermos rotulados como ‘café com leite’ que só é procurado quando convém a quem está mais no centro do ecossistema. Afinal, o centro precisa entender de Nordeste, de Amazônia, e de tantas outras agendas regionais e talvez ai ele perceba (por um instante) que não tem repertório em todos os temas.

É sobre pensar com frequência em desistir. Em jogar a toalha e aceitar a derrota. Ser/estar/atuar no regional é muito mais desafiador do que ser/estar no eixo.

Mas jogar esse jogo é aceitar que há mais derrotas do que vitórias.

Que nossos avanços serão pequenos. Que nos resta sonhar com gols de honra e muita fumaça do nosso ponta esquerda pra celebrar.

 

Se você leitor(a) também já pensou em jogar a toalha nesta caminhada, me alegra saber que não estamos sozinhos neste desabafo.

É também sobre isso. Sobre reconhecer e dividir nossas angústias e limites, e aceitar derrotas.

É sobre aceitar (com revolta) que players do sudeste vão pegar os melhores projetos, inclusive em nossos territórios, e nós seguiremos sendo sub-contratados e, por vezes, sendo retirados da foto.

É sobre isso. É sobre ficar puto com esse abuso. É sobre escutar que ‘todos no ecossistema colaboram entre si’ e não ver isso sendo uma realidade ao nosso redor.

 

Tá, mas o que fazer diante deste quadro?

Lamento informar leitor(a), mas não tenho a menor ideia.

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