Os muitos ricos doam alguns trocados
a projetos sociais
e muitos de nós aplaudimos
Ao invés de trocar seus novos iates
eles saem ‘bem na foto’ fazendo um ‘social’
Tamanho é o nosso sufoco no setor
qualquer ajuda é bem-vinda
Será?
Mas afinal
atuamos no setor de impacto
pra quê mesmo?
Pra aceitar doações:
– que supostamente vão nos ensinar
a fazer direito?
– que vão nos dar a sensação de que
estamos ‘resolvendo o problema’?
– que vão tornar o sono destes doadores
mais tranquilo?
Se ainda temos a utopia
de transformar o status quo
de promover mudanças sistêmicas
e enfrentar injustiças sociais
seguir jogando este jogo
segue sendo um caminho possível
ou sinal do nosso fracasso?
Também não tenho a resposta leitor(a)
sigo aqui pensando em voz alta
Mas ao jogarmos esse jogo
perderíamos a capacidade crítica
de debater as contradições deste modelo?
Se a filantropia vive de ‘trocados’
eles precisam ser usados de modo
muito mais cirúrgico
mais estratégico
e para hackear o sistema
Lembremos que atuamos em
brechas deste mesmo sistema
que criticamos
e tanto tentamos mudar
na maioria das vezes
temos levado
um retumbante
7 a 1