Vocês são ONG?
Então não podem receber este investimento

Vocês não têm CNPJ?
Então não podem participar do edital

Vocês são um coletivo?
Então precisam ter uma organização âncora no projeto

Vocês são empresa?
Então não podemos doar $ pra vocês

Vocês são cooperativa?
Então devem procurar outro parceiro

. . .

Onde entra o impacto na conversa?

Onde o ‘fim’ entra no papo?

Nosso setor se transformou num cartório?

Incomoda tanto ver um monte de iniciativas
– editais, premiações, programas, etc –
que privilegiam mais a capacidade da organização
de conseguir CNPJ e certidões
do que o impacto que ela entrega

Já vimos esse filme no 3º setor, não é?

Ora
se o CNPJ deveria ser apenas um meio
Onde foi que nos perdemos?

Subimos a régua por conta do compliance
e, sem perceber, ampliamos a exclusão

Afinal isso não é ‘problema nosso’ e sim de quem
‘não se organizou como deveria’

Ora
se nosso papel é o de fortalecer a sociedade civil
é assim que teremos ‘sucesso’?

repensar nosso modus operandi
já virou mantra

Mas não parece
convencer muita gente

Nem os ‘transatlânticos’ do setor
que têm vida própria

Nem os ‘jetskis’
que poderiam ter

mas parecem preferir seguir os
‘formadores de opinião’
que, diga-se de passagem,
já estiveram melhor na foto

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ex-pecialista

quando eu tinha outro chapéu institucional era convidado para eventos, diálogos carregava…